OUTUBRO
Um dia senti vontade
De conhecer esse alguém
Dotado de tanta ansiedade
Não pensava em mais ninguém
Ergui meu olhar sincero
E vi teu olhar também
E o quanto eu te quero
Tu viste e mais além
Vi um par de olhos meigos,
Acompanhado de um sorriso citadino,
E logo os meus lábios, leigos
Disseram: é um presente do divino
Senti teus olhos ternos
Repousados sobre mim
Mas os meus olhos cegos
Não podiam ficar assim
Um sorriso fascinante
Conquistou meu coração
E uma dor lancinante
Levou-me a razão
Uma chama rasgou o meu peito
Inflamada de paixão
Quis trazer-te para o meu leito
Entregar-te meu coração
A fortuna bateu-me à porta
Julguei, precipitado
Mas por uma linha torta
Deus escreveu um ditado
Meu amor ela não quis
E eu fiquei enredado
Querendo ser feliz
Estando apaixonado
Caminhei lentamente
Sempre a teu lado
Pensando seriamente
Que o meu coração estava errado
Avancei decidido
Num rasgo de ilusão
Mas acabei ferido
Prostrado de paixão
Meus sonhos desabaram
E eu sem forças fiquei
Os meus olhos choraram
E de rumo eu mudei