O Enigma de Aristóteles


O texto seguinte pode conter spoilers do livro “O Enigma de Aristóteles”

O Enigma de Aristóteles, da escritora Margaret Doody, é o primeiro livro de uma série literária centrada na resolução de enigmas passados na Grécia Antiga, com os personagens Estéfano e Aristóteles como protagonistas. O meu volume, da Saída de Emergência, tem 288 páginas. Não obstante, não foi uma leitura pacífica. Passo a explicar porquê.

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Capa Saída de Emergência
Sinopse:

“O que fará com que um dos maiores filósofos da Antiguidade dedique o seu génio à resolução de um crime?

Estamos em Atenas, 332 a. C., uma cidade dominada pelo conquistador Alexandre, o Grande. No meio deste ambiente tenso, um eminente cidadão é brutalmente assassinado. A suspeição recai em Filémon um exilado. Na sua ausência é ao familiar mais próximo, o jovem Estéfano, que recai a responsabilidade de o defender em tribunal. Desesperado, Estéfano procura a ajuda do seu antigo mentor, o filósofo Aristóteles, que se vê assim obrigado a desempenhar o estranho papel de detetive. No final, só todo o seu génio, raciocínio, retórica e oratória poderão resolver este enigma.”

Opinião:

E assim foi… Butades, um homem rico, foi cruelmente assassinado, e apenas a perspicácia e matreirice deste grande filósofo foi capaz de resolver este crime, encontrando o verdadeiro culpado do seu homicídio. Colocar, no entanto, toda a responsabilidade e até centralizar o livro no nome de Aristóteles é um grandessíssimo erro. Aristóteles foi sempre um personagem secundário, a quem o protagonista pedia dicas e conselhos.

É no personagem principal e narrador, Estéfano, que a história se centra, o que não é, no entanto, algo de valor. Na minha opinião, o livro começa algo maçudo, sem uma escrita que nos envolva, e Estéfano não é mais que um jovem efeminado que entra em pânico ao perceber que o seu primo Filémon é o principal suspeito pelo assassínio de Butades.

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A Academia (mariatasinato.it)

A história desenrola-se, sempre com alguma acção mas que não vem acrescentar nada de novo. Apenas com a chegada à história de Melissa e com ela novas pistas sobre o homicídio o livro ganha um novo ritmo e alguma atração, e os capítulos finais para mim são os melhores, aí sim, com uma forte participação de Aristóteles e com a descoberta da verdade.

Foi um livro que demorou bastante a conquistar-me, mas terminou suficientemente bem para que eu não possa dizer que não tenha gostado. Recomendo a quem gosta de policiais e a quem gosta da Grécia Antiga; mas deixo a ressalva que já li muito melhores histórias dentro de ambos os géneros.

Avaliação: 5/10


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