Pois é, chegou ao fim mais uma edição do Festival Vapor – A Steampunk Circus, no Museu Nacional Ferroviário do Entroncamento. Em três dias de certame, muitas foram as atividades desenvolvidas tendo o Steampunk como tema central. Com um programa diversificado e para toda a família, a organização abriu as portas na sexta-feira dia 27, com o museu aberto ao público de forma gratuita.
Destaque para exposições como a dos Herdeiros do Apokalipse e a Pequena Fábrica de Autómatos, que fizeram as delícias de quem aprecia arte, bonecas e toda a temática do Steampunk. Os espetáculos musicais foram muitos. Na sexta, o francês Victor Sierra actuou pelas 21:30 e o Custom Circus exibiu o espectáculo A Viagem, pelas 22:30. No sábado, os Kumpania Algazarra tocaram em diversos pontos da cidade, terminando no museu, às 21:00 o cantor do Entroncamento Filipe Santos levou ao museu um momento electrorock e pelas 22:00 teve lugar os Cais do Sodré Funk Connection. No domingo, o evento terminou ao som d’O Gajo, pelas 19:00.

Para além dos vários registos musicais, a Liga Steampunk de Lisboa trouxe diversas actividades como os Duelos de Nerfs e o Lisbon Motocycle Film Fest vários momentos de cinema. Houve conversas sobre moda Steampunk no sábado; no domingo, houve ainda uma exposição pelo Clube Português de Automóveis Antigos e um desfile de cosplay. Pessoalmente, foquei-me na parte literária, onde a montra da Editorial Divergência | Convergência foi claramente o destaque, com a simpatia e presença sempre cativante de Pedro Cipriano.
Os grandes momentos do sábado foram a conversa com a escritora finlandesa J. S. Meresmaa pelas 17:00. Meresmaa colaborou com a Divergência na antologia Steampunk Internacional, como editora e escritora. Muito focada na literatura Steampunk, a autora foi uma presença constante e simpática neste fim-de-semana de evento. Pelas 18:00 houve o lançamento do Almanaque Steampunk, um livro que colige contos, ilustrações e outros apontamentos e que conta com um conto meu, intitulado Mais Que Fazer. Adorei estar com os vários membros da Liga Steampunk de Lisboa, conhecer autores como o prolífico João Ventura e estar mais uma vez com pessoas tão simpáticas como a Leonor Ferrão e um dos organizadores do evento, Rogério Ribeiro.

No domingo, encontrei-me com a amiga Rosa Carvalho, uma blogger e divulgadora de literatura fantástica por excelência. Tiramos selfies e pusemos a conversa em dia, para além de frequentarmos durante duas horas uma Oficina de Escrita para adultos leccionada pelo sempre entusiasmante João Morales.
Como pontos mais positivos do evento, o encontrar pessoas que não conhecia ou que não via há algum tempo e sentir in loco o feedback de pessoas que partilham as mesmas paixões que eu, a excelente organização do evento, a beleza visual dos cenários e a aderência massiva ao uso do cosplay que por momentos me fez sentir deslocado pela roupa que levava. Também adorei dar autógrafos. É uma sensação única sentir que alguém deseja um autógrafo teu e há muito tempo não dava tantos.

Como pontos negativos, tenho apenas a apontar a fluidez de algumas bancas de street food nos espaços livres do evento. Acredito que quem queira ir passar um dia em família não se importe de ter de esperar quase uma hora para comer um gelado, mas para quem está ali com um propósito específico fica difícil ficar na fila. O evento esteve repleto de pessoas, mas a maior parte preferia as diversões exteriores e as visitas ao museu do que propriamente frequentar os painéis.
Ainda assim, este ano houve várias melhorias. As atividades não estiveram tão espalhadas pelo complexo, as bancas de livros estiveram bem mais próximas das salas onde decorreriam os painéis e as atividades foram bem posicionadas cronologicamente. O ano passado a banca da Divergência ficava logo à entrada do museu, bem longe dos “palcos”, para além de haver painéis e oficinas pela manhã, quando o público era escasso. Espero que para o ano o Festival Vapor volte ao Entroncamento, e que continue a oferecer bons momentos como estes.
Fica com mais algumas fotos:
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