A hero does not choose her trials. She steps into the darkness, then she faces what comes next.
O TEXTO SEGUINTE ABORDA O LIVRO STARSIGHT, SEGUNDO VOLUME DA TRILOGIA SKYWARD
Brandon Sanderson é uma estrela consolidada na fantasia norte-americana, mais conhecido pela sua saga Mistborn e por ter terminado a série de fantasia épica A Roda do Tempo de Robert Jordan, após o falecimento deste. Em Portugal foram publicados pela Coleção Bang! da Saída de Emergência os três primeiros livros da saga Mistborn.
Em 2010, o autor iniciou uma nova série de fantasia, The Stormlight Archive, com o título The Way of Kings, além de outras séries direcionadas para o público jovem-adulto. Dá aulas de escrita criativa e participa em podcasts sobre escrita e o género fantástico. Starsight é o segundo volume da trilogia juvenil Skyward, uma edição da Delacorte Press com 461 páginas.
Ainda que a escrita de Brandon Sanderson seja sempre entusiasmante, a leitura de Skyward não me alimentou as expetativas; isto porque li quatro livros de uma série do mesmo autor absolutamente incrível, The Stormlight Archive, e esta trilogia mais juvenil acaba por ficar definitivamente uns furos abaixo.
“Starsight é uma boa sequela que aposta na vertente política e consegue espelhar um pouco do que ocorre no nosso mundo nos dias que correm.”
No entanto, niveladas as expetativas, é impossível não nos agarrarmos a este universo e a estas personagens. Spensa é uma heroína incrível, cheia de sonhos, determinações e fraquezas, e este segundo volume serve para aumentar o nosso carinho por ela, assim como pelos seus inseparáveis M-Bot, a inteligência artifical da sua nave, e pela sua “lesma de estimação” Doomslug.
Esta ficção científica foca-se na vida dessa jovem que desde cedo teve a pretensão de ser uma piloto de sucesso como o pai um dia foi. No entanto, quando realmente se tornou piloto de caça, descobriu que o pai não era exatamente o que pensava e tudo indicava que ele realmente traiu a sua equipa como os seus inimigos sugeriam.
Obstinada em descobrir mais sobre a sua história e sobre o universo, Spensa teme que aquilo que aconteceu com o pai se venha a repetir consigo mesma. O som das estrelas e os chamamentos que a surpreendem levam-na a uma compreensão nunca antes alcançada sobre o seu próprio mundo, o que a leva a uma incursão até ao fim da galáxia para, quiçá, salvar a Humanidade.
Sendo uma continuação direta de Skyward, este livro lança a protagonista numa aventura em que a maioria das personagens do primeiro livro surgem poucas vezes e apresenta um rol de novas personagens. Foi uma mudança quase drástica bem justificada e que não me incomodou, uma vez que parte das novas personagens me agradou.
A meio, o livro sofreu alguma falta de ritmo, mas o resultado final é bastante satisfatório, com muita política e um epílogo muito bom. Starsight é uma boa sequela que aposta na vertente política e consegue espelhar um pouco do que ocorre no nosso mundo nos dias que correm. Pessoas inocentes que morrem às centenas às custas da ambição desmedida dos seus líderes.
Avaliação: 8/10
Skyward (Delacorte Press):
#1 Skyward
#2 Starsight