É só de mim, ou este ano passou a voar? 😮 Foi um ano repleto de acontecimentos, uma roda viva de emoções, e mal dei conta que passasse. O mestrado continua bem encaminhado – comecei a fazer a dissertação e tenho já aí um inquérito no Google Forms a rolar – mudei de casa, o que me deu muito, muito trabalho, e frequentei imensos eventos. Isso deixou-me pouco tempo para as leituras, é verdade, mas houve e boas.
Este menino, o blogue digo, fez 10 anos em agosto. Isto deixa-me tão realizado e com a sensação de ter feito até aqui o percurso certo. Sem pressas, sem compromissos, apenas ler e opinar segundo os meus próprios ditames. Houve metas, é claro, mas sempre respeitei o meu ritmo pessoal e soube dosear prioridades ao longo dos anos.

Este foi, supostamente, o último ano Covid, o ano em que largámos quase completamente as máscaras, e tive a felicidade de em 2 anos e meio ainda não ter apanhado, mesmo com vários testes realizados, e é claro, foi também um ano em que reconquistamos alguma liberdade. Nunca demos tanto valor a esta palavra, com ou sem conotações políticas.
Mas o que vocês querem saber é de livros e, como habitual, primeiro vendo-vos o peixe (i.e. o meu trabalho como autor) e depois falo-vos das minhas leituras. Este ano publiquei três livros, duas antologias e um romance. O primeiro foi uma reedição, a antologia Os Monstros que nos Habitam conheceu uma nova roupagem; o segundo o tão aguardado Garras Gélidas, a sequela de Espada que Sangra; e o terceiro o lindíssimo Almanaque Steampunk 2022.
Como sabem, Os Monstros que nos Habitam tem um conto meu de terror com sobrenatural e muitos zombies intitulado “A Maldição de Odette Laurie”. Garras Gélidas é o segundo volume de Histórias Vermelhas de Zallar, e continua a saga de fantasia adulta em que dois reis tentam sobreviver num mundo de conspiradores. Por fim, o Almanaque Steampunk 2022 inclui o meu conto “Aquela Chavala”, por curiosidade com a mesma protagonista do conto com que venci o Prémio Adamastor 2020, “Mais que Fazer”.

A reboque disso estive este ano em nove (9) eventos literários. Começou só em maio, no Festival Contacto 2022, na Biblioteca de Marvila, a respeito da reedição dos Monstros; em junho, fui apresentar os meus livros ao Centro de Estudos de Arte Contemporânea de Vila Nova da Barquinha; em julho, uma sessão de autógrafos na Feira do Livro de Coimbra; em agosto, lancei o Garras Gélidas em plena Feira do Livro de Lisboa.
Até ao fim do ano, todos os meses tiveram eventos. Em setembro, o Almanaque Steampunk 2022 foi lançado no Museu Nacional Ferroviário, a propósito do Festival Vapor; em outubro, o icónico Fórum Fantástico, onde estive num painel com Filipe Faria e outros autores intitulado “Quo Vadis Fantasia Épica”, seguido da apresentação do meu livro mais recente. A Barquinha fez uma Feira do Livro ainda em outubro, e no mês seguinte, houve a Feira das Artes em Moita do Norte, onde tive os meus livros em exposição.
O ano foi coroado em dezembro, com o convite para estar na ComicCon Portugal. Frequentei o painel “Literatura aos Episódios”, com o Carlos Silva da Imaginauta e o Luís Corte Real da Saída de Emergência, e dei em seguida uma sessão de autógrafos. Foi mesmo a experiência mais UAU deste ano pródigo em boas surpresas. Claro está, que com tantos eventos e a dissertação tentei fazer uma pausa da escrita. Não consegui.

Não obstante, tive algum tempo para férias. Em março fui a Itália ao casamento da minha cunhada, uma escapadinha a Lisboa na Páscoa, um ou outro dia de praia no verão e ainda fui explorar o Buçaco no mês de agosto. Depois disso não houve oportunidade para mais, mas não considero absolutamente que tenham sido poucas as aventuras.
E, com tudo isso, o NDZ completou de facto 10 anos. Este blogue tem sido uma companhia assídua ao longo da última década e prefiro diminuir o ritmo, ausentar-me se assim for necessário, do que abandoná-lo, porque de facto ele realiza-me e deixa-me feliz. As visitas ao meu blogue diminuíram este ano, sou sincero, mas ter 26 mil visitas anuais num mundo em que pouco resta da blogosfera, onde tudo é Instagram e TikTok, deixa-me contente.

Portugal, Brasil e Estados Unidos continuam a ser os países que mais me visitam, e os motores de pesquisa e o WordPress Android App são as plataformas que me servem de referência. Espreita os curiosos termos de pesquisa que foram os mais procurados antes de chegarem ao meu blogue durante este ano:
“sandman parte das musas”
“the witcher dama do lado”
“sangue e fogo resumo”
“sangue e fogo volume 2”
“paula hawkins escrito na água”
“caraval personagens”
“kelsier mistborn”



No que diz respeito a leituras, terminei as sagas Três Coroas Negras, Rainha Vermelha, As Brumas de Avalon e As Crónicas Saxónicas, assim como as sagas de banda-desenhada Outcast, Moonshine e Long John Silver. A minha melhor leitura de 2022 foi Senhor da Guerra, o décimo terceiro volume das Crónicas Saxónicas de Bernard Cornwell, que se destacou por ser o último volume de uma série épica, todos os livros da saga me agradaram.
A Torre dos Loucos de Andrzej Sapkowski, o autor de The Witcher foi outra leitura muito boa, bem como O Homem das Castanhas, o policial de Søren Sveistrup. Corpus de Rory Clements, O Restaurante no Fim do Universo de Douglas Adams e os volumes lidos das BDs Monstress de Marjorie Liu e Sana Takeda ou Ascender de Jeff Lemire e Dustin Nguyen foram outras experiências muito positivas.

Continuei a cumprir com os desafios semestrais, embora eles tenham diminuído em quantidade. No segundo semestre de 2022, desafiei-me a ler os seguintes:
- O Homem que Morreu Duas Vezes, Richard Osman
- Viúva de Ferro, Xiran Jay Zhao
- O Restaurante no Fim do Universo, Douglas Adams
- O Enigma do Quarto 622, Joël Dicker
- A Torre dos Loucos, Andrzej Sapkowski
- Senhor da Guerra, Bernard Cornwell
- Tarzan dos Macacos e Outras Histórias, Edgar Rice Burroughs
- Trono Partido, Victoria Aveyard

No ano de 2023, terei menos tempo para ler, apesar de ter já alguns livros debaixo de olho. Certo é que continuarei a seguir as publicações da Saída de Emergência, da Editorial Divergência e as sagas que sou obrigado a ler em inglês. Tendo em conta o que já tenho e o que vai sair, a minha proposta para o primeiro semestre de 2023 é:
- Billy Summers, Stephen King
- Leviathan Wakes, James S. A. Corey
- 2010: Odisseia Dois, Arthur C. Clarke
- Rendezvous with Rama, Arthur C. Clarke
- The Lost Metal, Brandon Sanderson
- Fundação e Terra, Isaac Asimov
- Utopia, Thomas Moore
- O Rei Imprudente, Geoffrey Parker

Também conto continuar seguir as BDs das séries que tenho pendentes, nomeadamente o décimo volume de Saga e o sétimo de Monstress. De seguida, fica com a lista de artigos mais lidos no NDZ em 2022:
- Estive a Ler: Sangue e Fogo #1 Parte 1 e 2
- Estive a Ler: O Assassino do Bobo, Saga Assassino e o Bobo #1
- Estive a Ler: Rythm of War, The Stormlight Archive #4
- Estive a Ler: As Aventuras de Tom Sawyer
- Estive a Ler: Nossa Senhora de Paris
- Especial: 10 Motivos Para Ler as Crónicas de Gelo e Fogo
- Estive a Ler: O Intruso
- Estive na ComicCon Portugal 2022
- Estive a Ler: A Senhora do Lago Parte 2, The Witcher #8
- Estive a Ler: O Estranho Caso do Dr. Jekyll e de Mr. Hyde
Se Sangue e Fogo já vinha sendo um artigo muito escrutinado em anos anteriores, este ano, com a adaptação para TV House of the Dragon o artigo atingiu a dimensão de mais visto. Nossa Senhora de Paris e Tom Sawyer continuam a ser bastante seguidos, assim como os artigos de The Witcher. Uma vez que é uma saga com vários volumes, a procura decorrente da adaptação televisiva da Netflix acaba por ser mais distribuída entre os artigos, tendo sido a oitava recensão a mais vezes visitada.

A nível de séries, foi um ano que acompanhei algumas. Vi The Book of Boba Fett, Obi-Wan Kenobi e já comecei Andor no que diz respeito à franquia Star Wars, vi a quarta temporada de Cobra Kai, a última de The Walking Dead, a primeira de House of the Dragon e a segunda de The Witcher.
Quanto a filmes, vi Matrix Resurrections, Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, Top Gun Maverick, Homem Aranha: Sem Volta a Casa, Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, Thor: Amor & Trovão e Avatar 2: O Caminho da Água. Um mergulho de grandes experiências. Quanto a vós, só espero que também mergulhem neste novo ano com muita saúde, amor, paz e uma boa pilha de livros para ler. Continuem por aí!