Estive a Ler: O Discípulo, Sebastian Bergman #2


Cada vez mais o género policial tem lugar nas minhas estantes e quando se fala nesta categoria, os romances nórdicos são geralmente os mais apetecíveis. Hans Rosenfeldt e Michael Hjorth são os autores de O Discípulo, segundo volume da saga protagonizada por Sebastian Bergman e publicado em Portugal pela editora Suma de Letras.

Sinopse: “Numa Estocolmo em chamas, assolada por uma onda de calor, várias mulheres são encontradas brutalmente assassinadas. Os assassinatos têm a marca de Edward Hinde, o assassino em série preso por Bergman há quinze anos, e que continua detido.

Sendo um incontestável profiler e perito em Hinde, Sebastian é reintegrado na equipa, e não demora muito a perceber que tem mais ligações com o caso do que pensava. Todas as vítimas estão diretamente ligadas a eles. E a sua filha pode estar em perigo” in Wook.

Autores: Michael Hjorth nasceu em 1963 em Visby. Sempre amou filmes e livros e hoje é um dos guionistas e produtores mais talentosos da Escandinávia. É um dos fundadores da produtora de sucesso Tre Vänner, responsável pela primeira comédia de grande sucesso da Suécia assim como por alguns dos guiões dos filmes da série Wallander, de Henning Mankell.

Hans Rosenfeldt nasceu em 1964 em Borås. Trabalhou como tratador de leões-marinhos, motorista, professor e actor até 1992, quando começou a escrever para a televisão. Escreveu guiões para mais de 20 séries e já foiapresentador de programas de rádio e televisão. É o criador da série sueca de maior sucesso – a premiada série policial Bron (The Bridge), reproduzida em mais de 170 países e com remakes nos EUA, com o mesmo nome, e em França (The Tunnel).

Opinião: Li o primeiro livro há cerca de dois ou três anos e já não tinha a história bem presente na memória, mas voltar a Sebastian Bergman é voltar a um mundo de memórias, ao contraditório, à melancolia de um psicólogo que foi no passado o conceito antropocentrista do Homem Perfeito na esfera criminal, e que no presente da história parece viver uma crise criativa associada a uma crise de meia-idade. Descobrir que tem uma filha torna-o obsessivo e super-protetor, descurando a sanidade da sua mente.

via salomonssonagency.se

Um velho adversário ergue-se das sombras e uma série de homicídios vem assombrar a Riskmord, a Judiciária lá do sítio, mas a própria obra de Hjorth e Rosenfeldt desconstrói os homens que empola. O notável Edward Hinde, o vilão da história, não pode assassinar mulheres fechado na prisão, nem o célebre Sebastian é mais importante para a resolução do caso que um único técnico forense, sendo visto como descartável para a maioria dos intervenientes da Riskmord.

Polícias e assassinos precisam de trabalhar em grupo e esta desconstrução dos heróis de antanho é bem explorada pelos autores, que não descuraram o suspense e o fio de tensão. É mais um volume muito bom desta saga que vou continuar a ler em breve.

Avaliação: 8/10


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