As Escolhas de 2018


Estamos quase a chegar ao fim do ano e chegou a altura de fazer uma seleção no que às leituras diz respeito. Com 44 BDs e 75 livros lidos em 2018, ultrapassei a fasquia das 120 leituras e o meu recorde pessoal. Foi um ano em que conheci muitos autores e em que apostei em clássicos da Ficção Especulativa. Podem ler aqui a minha lista de leituras deste ano, e ver a quantidade de coisinhas boas que andei a ler.

Os autores que mais li em 2018 foram Brandon Sanderson (8 livros), Brian K. Vaughan (7 BDs), Joe Hill (6 BDs) e Robert Jordan (4 livros). Depois de em 2017 ter terminado algumas séries, este ano foram muitas mais aquelas que iniciei de novo, tendo finalizado as trilogias As Areias do Imperador de Mia Couto, Área X de Jeff VanderMeer, Executores de Brandon Sanderson e Império das Tormentas de Jon Skovron. Fica então com as minhas escolhas literárias de 2018.

MELHOR LIVRO

Sem Título 3

A Coisa, Stephen King

aqui e aqui a opinião.

Não adianta escrever que são dois livros na versão portuguesa, ou que a tradução nacional é bastante cara e apresenta um bom punhado de gralhas. O livro chegou às minhas mãos em outubro e fui completamente surpreendido. Li a primeira metade antes do Halloween e a segunda na primeira quinzena de novembro, e não podia ter sido numa melhor fase. Parece que tornou-se cliché a minha melhor leitura do ano dar-se nesta época.

Tem ali A Viagem do Assassino de Robin Hobb e Memórias do Gelo de Steven Erikson a morder-lhe os calcanhares, mas este ano foi mesmo A Coisa a minha melhor leitura. Não o recomendo a toda a gente porque tem capítulos extremamente morosos e algumas passagens WTF!, mas pessoalmente foi uma leitura extraordinária, acima de tudo o resto que li este ano. Personagens credíveis e histórias de vida intensas, criaturas maléficas e segredos impressionantes.

MELHOR FANTASIA

Sem Título

A Viagem do Assassino, Saga Assassino e o Bobo #4, Robin Hobb

aqui a opinião

Li tanta coisa boa em fantasia que a tarefa de eleger o melhor livro de 2018 adivinhou-se difícil. The Witcher de Andrzej Sapkowski, O Ciclo dos Demónios de Peter V. Brett, A Companhia Negra de Glen Cook, A Guerra da Rainha Vermelha de Mark Lawrence e A Roda do Tempo de Robert Jordan foram séries sobre as quais comecei a desenvolver algum interesse este ano, mas não estão entre as melhores. Mesmo assim, quero muito continuar a desbravá-las nos próximos anos.

Assim de repente, recordo Perdido Street Station de China Miéville, Jonathan Strange & o Sr. Norrell de Susanna Clarke ou a Segunda Era Mistborn de Brandon Sanderson, bem como o incrível Mistborn: Secret History como algumas das minhas leituras mais proveitosas. Mas ainda assim claramente inferiores a O Caminho das Mãos e Memórias do Gelo de Steven Erikson ou aos livros de Robin Hobb, que viu três volumes publicados da Saga Assassino e o Bobo. O quarto, A Viagem do Assassino, é o penúltimo livro de uma série que me vai deixar muitas saudades.

MELHOR FICÇÃO CIENTÍFICA

Sem Título

Fahrenheit 451, Ray Bradbury

aqui a opinião.

Confesso que esta foi das categorias mais fáceis. Este ano até li alguma FC, mas não foram muitos os livros do género que me encheram as medidas. A Mão Esquerda das Trevas de Ursula K. Le Guin, Carbono Alterado de Richard Morgan e este Fahrenheit 451 de Bradbury, uma sempre atual e diria até indispensável crítica aos perigos da censura e à aliteracia, foram de facto os melhores.

Na área das distopias, realço ainda leituras interessantes como O Poder de Naomi Alderman, o clássico 1984 de George Orwell e O Homem do Castelo Alto de Philip K. Dick. Mas houve vários livros de FC que ficaram muito abaixo das expectativas, como são caso A Guerra É Para os Velhos de John Scalzi, Um Estranho numa Terra Estranha de Robert A. Heinlein e a BD Y: O Último Homem de Brian K. Vaughan e Pia Guerra.

MELHOR HORROR

Sem Título 3

A Coisa, Stephen King

aqui e aqui a opinião.

Se foi a melhor leitura do ano, obrigatoriamente teria de ser a melhor leitura dentro da sua categoria. Conforme prometido no final do ano anterior, em 2018 dediquei-me mais ao terror e foram várias as boas leituras dentro do género. Destaco as BDs Locke & Key, Outcast, Moonshine, Harrow County, bem como a coletânea da Saída de Emergência dedicada a H. P. Lovecraft, ou mesmo o excelente O Terror de Dan Simmons, publicado por cá em dois volumes. Com alguns toques de horror, falo ainda de Sonho Febril de George R. R. Martin, de que gostei bastante.

MELHOR ROMANCE HISTÓRICO

Sem Título

Uma Coluna de Fogo, Ken Follett

aqui a opinião.

Li romances históricos incríveis este ano. A trilogia As Areias do Imperador de Mia Couto e os livros A Canção da Espada e Terra em Chamas de Bernard Cornwell são exemplos disso mesmo. Mas até ao último trimestre, a minha melhor leitura do ano tinha sido Uma Coluna de Fogo de Ken Follett. Dizem que é inferior aos livros anteriores passados em Kingsbridge, mas eu adorei imenso este livro, tanto quanto Os Pilares da Terra e Um Mundo Sem Fim. Cada romance histórico que leio de Ken Follett tem um efeito colossal dentro de mim.

MELHOR THRILLER / POLICIAL

Sem Título

Sr. Mercedes, Trilogia Bill Hodges #1, Stephen King

aqui a opinião.

E King consegue a dobradinha. É verdade que não li muitos thrillers este ano, mas dos que li destaco Sr. Mercedes de Stephen King. O vilão não me impressionou, mas o protagonista é do melhor que tenho lido. Realço ainda as minhas leituras de O Fiel Jardineiro (John le Carré nunca me desilude) e de Escrito na Água, que coloca Paula Hawkins no caminho certo para deixar marca no género.

MELHOR YOUNG ADULT

Sem Título

Uma Chama Entre as Cinzas, Uma Chama Entre as Cinzas #1, Sabaa Tahir

aqui a opinião.

Este ano até li mais alguns livros juvenis, mas como previa nenhum deles chega perto da fantasia adulta que eu tanto cultivo e promovo. Ainda assim, entre obras como Caraval, Coração Negro, a trilogia Executores ou Três Coroas Negras, Uma Chama Entre as Cinzas de Sabaa Tahir acaba por ser o melhor livro para jovens que li em 2018.

MELHOR ANTOLOGIA / COLETÂNEA

Sem Título

Os Contos Mais Arrepiantes de Howard Phillips Lovecraft, H.P. Lovecraft

aqui a opinião.

Várias coletâneas e antologias permearam o meu ano, todas com boa nota. Destaco desde logo Se Acordar Antes de Morrer de João Barreiros, as antologias Steampunk Internacional e O Resto É Paisagem da Editorial Divergência, bem como a segunda parte de Dangerous Women, Nada Enfurece Mais Uma Mulher e Outros Contos de Mulheres Perigosas, antologia organizada por George R. R. Martin e Gardner Dozois. Mas a melhor foi mesmo a merecida homenagem da Saída de Emergência a H. P. Lovecraft, numa belíssima edição em capa dura com ilustrações de 22 artistas nacionais.

MELHOR CONTO / NOVELETA

Sem título

The Emperor’s Soul, Brandon Sanderson

aqui a opinião.

Foi a minha primeira leitura do ano e a verdade é que acabou por ser a minha escolhida na área da ficção curta. Em parte porque, por tudo o que li de Sanderson este ano, ele merecia vencer uma categoria. Outros contos encheram-me as medidas, como o Videri Quam Esse de Anton Stark, o Virgens de Diana Gabaldon ou o Factos Acerca do Falecido Arthur Jermyn e a Sua Família de H. P. Lovecraft, mas tal como em 2017, é uma noveleta do Sanderson quem leva o prémio.

MELHOR BD

Sem Título 3

The Fade Out: Crepúsculo em Hollywood, Ed Brubaker e Sean Phillips

aqui a opinião.

Não há que enganar. Num ano pautado por muita boa BD de Mark Millar (Imperatriz, O Legado de Júpiter, KM/H – MPH), foi a dupla Brubaker e Phillips, com a colaboração da minha colorista preferida, Elizabeth Breitweiser, quem voltou a surpreender-me. Esta BD da G Floy, em edição integral, tornou-se a minha preferida. Um thriller intenso e um mistério policial passado no submundo das estrelas de cinema e das celebridades da primeira metade do século passado. Ainda assim, vale destacar ainda Saga, Descender e Tony Chu: Detective Canibal, pela G Floy, Druuna pela Arte de Autor, Monstress, O Cavaleiro Misterioso e Deuses Americanos pela Saída de Emergência. 2018 foi um ano incrível para os amantes de BD.

MELHOR LANÇAMENTO

Sem Título 3

A Coisa, Stephen King

aqui e aqui a opinião.

Pelas razões que me levaram e elegê-lo o melhor livro, A Coisa foi o melhor lançamento do ano. Como escrevi na resenha, só não entendo como demoraram tantos anos a publicá-lo em Portugal, e porque não teve um tratamento melhor. Também O Caminho das Mãos, Memórias do Gelo e A Viagem do Assassino foram lançamentos incríveis, estes por parte da Saída de Emergência, que trabalhou também muito bem no recente lançamento a nível mundial de Sangue e Fogo de George R. R. Martin.

MELHOR NACIONAL

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A Desumanização, Valter Hugo Mãe

aqui a opinião.

Foi a minha estreia com o autor e adorei. É um livro que fala sobre uma menina na Islândia, que vive com a perda da irmã gémea. Toca-nos profundamente na alma, em toda a sua largura. A linguagem do autor facilita. Destaco ainda, no que diz respeito a autores nacionais, a conclusão da trilogia The Dark Sea War Chronicles de Bruno Martins Soares, disponível na Amazon, e a BD Dragomante: Fogo de Dragão, que marca o regresso de Filipe Faria às livrarias nacionais, com uma arte admirável de Manuel Morgado.

Resta-me deixar-vos os votos de um Santo Natal e que 2019 vos traga muitos livrinhos nas prateleiras. Continuem por aí!


Avatar de Nuno Ferreira

Uma resposta para “As Escolhas de 2018”.

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