As Escolhas de 2021


2021 chegou ao fim. O ano que nos fez retomar a normalidade possível após os confinamentos de 2020. Um ano em que li menos prosa e mais BD, em que não diminuí substancialmente o número de leituras mas que foram definitivamente mais arrastadas. Escrevi menos opiniões aqui no blogue, e mais pequenas (consequência natural de uma maior actividade longe dos ecrãs e, na recta final do ano, de ter começado o mestrado). De qualquer forma, foram muitas as opiniões escritas que podes ler aqui, na minha lista anual de leituras.

Este ano virei-me mais para os policiais, mas continuei a acompanhar tudo o que saiu a nível de fantasia, ficção científica e romance histórico. Terminei A Vingança Serve-se Fria de Joe Abercrombie, a saga The Witcher de Andrzej Sapkowski, e BDs como Gideon Falls, Stumptown e Fatale. Fiquem com as minhas escolhas, onde perceberão melhor aquilo que li:

MELHOR LIVRO

O Clube do Crime das Quintas-Feiras, Richard Osman

aqui a opinião.

Este ano a tarefa foi ingrata, não por haver um empate técnico, mas porque o melhor livro da minha lista de 2021 não foi a minha escolha para melhor livro. Confusos? Eu explico. O único livro a que atribuí nota 10 foi Kingsbridge: O Amanhecer de Uma Nova Era de Ken Follett, cuja opinião escrevi em janeiro. Porque razão não é esse livro a minha escolha? Porque terminei o livro no final de 2020, motivo pelo qual não seria verdadeiro se o colocasse como a melhor leitura de 2021.

Entre os livros que realmente li este ano, houve um que ganhou vantagem sobre os demais. O Clube do Crime das Quintas-Feiras trouxe-me a mesma sensação de prazer empolgante com que li As Mentiras de Locke Lamora. Richard Osman foi uma agradável surpresa e espero ler mais livros dele no futuro.

MELHOR FANTASIA

Rythm of War, The Stormlight Archive #4, Brandon Sanderson

aqui a opinião.

Quem, senão Brandon Sanderson? Nos últimos anos The Stormlight Archive tem ganho com larga margem esta categoria do meu blogue, e embora Rythm of War não me tenha cativado tanto como os anteriores, gente, como é possível esta maravilha não estar ainda publicada em Portugal? Isto está muitos furos acima de tudo o que tem vindo a ser publicado, e até eu que torci o nariz a Mistborn estou completamente viciado nesta série do autor. 🙂

Houve outras leituras muito interessantes no que diz respeito a fantasia. Dança, Dança, Dança de Haruki Murakami, mais numa perspectiva do realismo fantástico, arrebatou-me, e Tempos de Tempestade, o volume prequela de The Witcher de Andrzej Sapkowski foi outra leitura muito boa. [Sim, foi em 2021 que também concluí a série original das Crónicas de Allaryia de Filipe Faria, finalmente!]

MELHOR FICÇÃO CIENTÍFICA

2001: Odisseia no Espaço, Arthur C. Clarke

aqui a opinião.

Ok, é verdade que este ano não li muita ficção científica. Fiquei órfão de Fundação e de Descender e explorei pouco, pouquíssimo, este género. Esperava mais do juvenil de Brandon Sanderson Skyward, não passando de uma leitura fácil e arquetípica. 2001: Odisseia no Espaço foi uma exceção proveitosa. As questões da relação homem-máquina, do evoluir da máquina como ser pensante e do expandir do Universo, fazendo-nos perguntar o que há para além das estrelas, foram muito bem exploradas pelo autor, a partir do longa-metragem homónimo. Aconselho vivamente a quem não conhece, agora numa edição revista pela Saída de Emergência.

MELHOR HORROR

O Homem dos Sussurros, Alex North

aqui a opinião.

Não sei se geralmente enquadram este livro no género horror, mas se não o fazem, deveriam. Com toques de thriller, de policial e de sobrenatural, O Homem dos Sussurros de Alex North, publicado em Portugal pela TopSeller, não foi um livro que me deixasse maravilhado, mas empolgou-me e fez-me “temer as sombras”, como se costuma dizer. Destaco ainda The Stand de Stephen King (que não achei bem de horror) e Involução de Max Brooks (que fala sobre uma versão moderna do Big Foot).

MELHOR ROMANCE HISTÓRICO

A Guerra do Lobo, As Crónicas Saxónicas #11, Bernard Cornwell

Lê aqui a opinião.

Este ano li poucos romances históricos, mas muito bons, onde Bernard Cornwell ganha facilmente. As suas Crónicas Saxónicas publicadas pela Saída de Emergência são uma maravilha literária e já cheguei ao décimo primeiro volume sem acusar cansaço (com o devido espaçamento, claro). A Guerra do Lobo traz-nos um Uthred envelhecido e supersticioso, mas não menos inteligente.

MELHOR POLICIAL / THRILLER

O Clube do Crime das Quintas-Feiras, Richard Osman

aqui a opinião.

Sendo a melhor leitura do ano, garantidamente venceria a categoria a que pertence. O Clube do Crime das Quintas-Feiras foi o melhor policial que li este ano, numa edição lindíssima da editora Planeta, mas li vários e bons. O Desaparecimento de Stephanie Mailer de Jöel Dicker, O Cabo da Víbora de Agatha Christie e O Rapaz do Bosque de Harlan Coben são aqueles que me saltam à vista, mas também o thriller A Casa da Rússia de John le Carré me deixa uma excelente recordação.

MELHOR CLÁSSICO

O Nome da Rosa, Umberto Eco

aqui a opinião.

Esta foi a categoria mais complicada, porque li vários livros dos chamados “clássicos” e a maioria agradou-me. Assim de repente, Mataram a Cotovia de Harper Lee, Os Anos de Virginia Woolf e Amesterdão de Ian McEwan foram outros clássicos que me chamaram a atenção. Contudo, O Nome da Rosa era aquele por quem nutria maiores expectativas e elas foram bem correspondidas nesta edição da Gradiva.

MELHOR ANTOLOGIA / COLETÂNEA

Os Contos Mais Épicos de Conan, Robert E. Howard

aqui a opinião.

Sou fã confesso do Conan de Robert E. Howard e esta edição em capa dura reúne uma extraordinária seleção dos seus melhores contos. Juntando a isso uma edição extremamente cuidada e as melhores ilustrações que já vi do cimério – todas elas de ilustradores portugueses – não podia deixar de eleger este livro da Saída de Emergência. O Senhor Brecht e o Sucesso de Gonçalo M. Tavares e As Armas Secretas de Julio Cortazár foram outros destaques no que concerne a coletâneas.

MELHOR BD

Filha da Guerra, Monstress #5, Marjorie Liu e Sana Takeda

aqui a opinião.

Este ano vi-me dividido entre este volume de Monstress e os dois últimos álbuns de Gideon Falls, que me entusiasmaram bastante. No entanto, devo ser fiel ao que me diz o coração e este Monstress, publicado pela Saída de Emergência, conquista-me livro após livro. Filha da Guerra descreve uma batalha importantíssima para os destinos do mundo no universo de Maika Meiolobo. Destaco ainda o terceiro volume de Mooshine de Brian Azzarello e Eduardo Risso e o primeiro álbum de Ascender de Jeff Lemire e Dustin Nguyen, ambos pela G Floy.

MELHOR LANÇAMENTO

O Clube do Crime das Quintas-Feiras, Richard Osman

aqui a opinião.

Por todas as razões referidas acima, O Clube… foi mesmo o lançamento do ano, pela Planeta. Tempos de Tempestade de Andrzej Sapkowski, Os Contos Mais Épicos de Conan em capa dura, Monstress Vol. 5 de Marjorie Liu e Sana Takeda, O Portador da Chama e A Guerra do Lobo de Bernard Cornwell, estes pela Saída de Emergência, foram outros lançamentos dignos de nota deste ano que agora termina. Nota para uma redução do número de lançamentos tanto pela G Floy como pela Saída de Emergência.

MELHOR NACIONAL

O Senhor Brecht e o Sucesso, Gonçalo M. Tavares

aqui a opinião.

Li vários livros de autores nacionais em 2021 e não pestanejei na altura de escolher O Senhor Brecht e o Sucesso de Gonçalo M. Tavares como o melhor. Li a edição da Relógio D’Água e deliciei-me com esta coletânea bem humorada e cheia de mensagens importantíssimas e atuais. Adorei também o conto da Ana C. Reis O Caça-Cidades, que me deixou com vontade de ler mais da autora. O Deus das Moscas Tem Fome de Luís Corte Real, na área da fantasia, foi outra boa leitura, mas assim como Caim de José Saramago não me “caíram no goto” o suficiente para as destacar entre as preferidas. Na fantasia houve outros autores portugueses que também explorei, como Filipe Faria, Frederico Duarte e Maria Roque Martins.

Os meus votos de um Santo Natal e um 2022 cheio de coisas boas. 🙂


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2 respostas para “As Escolhas de 2021”.

  1. Avatar de TBM dezembro 2021 – Notícias de Zallar

    […] As Escolhas de 2021 […]

  2. […] As Escolhas de 2021: Entre o fantástico e a literatura mais convencional, os livros que mais fascinaram o blogger das Notícias de Zallar. […]

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