Estive a Ler: Atland, Custom Circus #5


Que interessante… Um doidivanas a acelerar em tronco nu pela noite dentro, acompanhado por um coiote sem patas traseiras, mas com um calção prótese com duas rodinhas cromadas…

A saga Custom Circus esteve na base conceptual dos Nirvana Studios, uma companhia de “circo futurista” que usa o steampunk e o dieselpunk como principais ingredientes. Os livros, da autoria de Michel Alex, um dos membros do grupo, mostram a realidade pós-apocalíptica na ótica bem humorada deste autor. Fui convidado pela editora a escrever um blurb sobre Atland, o quinto volume desta publicação que chegou às bancas pelas mãos da Editorial Divergência.

Autor: “No underground boémio de Paris e com a vida dividida entre grupos Bikers, o Nouveau Cirque e o Cabaret, Michel Alex começou a escrever esta coleção em 1988 atormentado pela terrível febre Post Punk Industrial. O que ele não podia saber é que as suas personagens iriam passar da ficção para a realidade, como foi o caso dos Custom Circus que nasceram nesta saga e foram sugados cá para fora por este portal que tem sido para eles uma fonte inesgotável de inspiração e de revelações” in Wook

Sinopse: “Nestas poucas palavras, quem me dera que pudessem ver a verdade que habita dentro de mim, mas sei bem que isso não é assim tão fácil. É precisamente por isso, esta curta apresentação apenas revelará o desafio que vos lanço; este não é um livro adequado para toda a família!

Assim, sem mais rodeios, eis perante os vossos olhos uma diabólica narrativa pós-apocalíptica, onde os bobos não receiam desafiar os tiranos; e estes não se envergonham de fazer rir os bobos. Por mais que consigamos concretizar, desta vida apenas levaremos connosco um saco vazio, nada mais! Mesmo assim, sempre preferi apostar nos extremos. Ou tudo ou nada! Adorem ou odeiem. Porque no meio habita apenas a maldita indiferença, provavelmente a pior inimiga de um autor.” in Editorial Divergência

Opinião: Com uma escrita de profundidade melodramática que perscruta de dentro para fora os meandros de uma sociedade incrivelmente bem tecida, a saga Custom Circus de Michel Alex traz-me reminiscências de Lovecraft e Azimov ao nível da prosa. Consegue oferecer algo de muito próprio e consistente, que foi depois vertido à própria mística da companhia de eventos. A estética dieselpunk lembra Mad Max com um toque vintage que sugere steampunk, mas a obra é em si muito mais profunda. Atland é um todo pós-apocalíptico com conhecimentos científicos sólidos e uma introspecção filosófica capaz de convencer os mais cépticos.

Recomendo!

Avaliação: 7/10 – 3,5 Estrelas


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